Diagnóstico precoce de doença celíaca evita danos maiores ao intestino

Um em cada 400 brasileiros sofre de doença celíaca e, portanto, essa pessoa deve evitar a ingestão de produtos como trigo, aveia, cevada e centeio porque, se ingerir, terá fortes dores abdominais, diarreias e gases.

Esses são os principais sintomas da doença celíaca causada pela intolerância ao glúten, proteína encontrada em produtos derivados dos grãos acima citados.

Doença celíaca é um distúrbio crônico que afeta o intestino delgado de adultos e crianças que tenham predisposição genética. A progressão da doença causa atrofia da mucosa do intestino que, por conta disso, deixa de absorver de maneira correta os nutrientes, sais minerais e água ingeridos.

Essa atrofia da mucosa é decorrente do fato que o glúten estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos que acabam com o revestimento do intestino delgado e, consequentemente a inflamação do local.

Campanha de Conscientização

O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, 16 de maio, é a data dedicada a mostrar para as pessoas que de cada oito indivíduos que possuem a doença, apenas uma tem o diagnóstico. Por isso, é importante que as pessoas tenham informações sobre sintomas e efeitos do distúrbio no organismo.

O diagnóstico da doença celíaca deve ser feito por um clínico geral ou um gastroenterologista que irá avaliar os sintomas apresentados pela pessoa e também pelo histórico familiar, já que a doença celíaca tem um componente genético.

A partir dessa análise, o médico para confirmar o diagnóstico deverá solicitar exames como de urina, fezes e sangue, para verificação dos níveis de anticorpos; teste genético; e endoscopia com biópsia do intestino. Esse último é o exame em que é possível avaliar a estrutura do intestino e verificar qualquer sinal que indique doença celíaca.

Diferença entre intolerância ao glúten e doença celíaca

É possível ter intolerância ao glúten sem ter o diagnóstico de doença celíaca e, por isso, existem diferenças entre os diagnósticos.

Casos de intolerância ao glúten são definidos pela incapacidade de digestão da proteína que levam a sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas a pessoa intolerante não possui alergias ou alterações autoimunes e basta eliminar o glúten da dieta para haver uma redução nas lesões do intestino.

Já a doença celíaca afeta o sistema imunológico que torna o consumo de glúten o protagonista na produção de anticorpos que geram lesões e inflamações permanentes no intestino delgado. Isso significa que mesmo que o glúten for retirado da dieta, os danos ao organismo são irreversíveis.

Tipos de Doença Celíaca

Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia existem três tipos de doença celíaca e, a partir dos sintomas é que se pode diagnosticar a doença celíaca clássica, a não clássica e a doença celíaca assintomática.

Na doença celíaca clássica, os sintomas variam de acordo com a faixa etária da pessoa.

Em crianças, o distúrbio causa atraso no desenvolvimento e crescimento, perda de peso, vômitos, diarreia crônica, barriga inchada, anemia ferropriva, irritabilidade e desconforto.

Já em adultos, os sintomas semelhantes são diarreia crônica, perda de peso, anemia ferropriva, barriga inchada somados a mal-estar, cansaço e osteoporose.

Nos casos da doença célica não clássica, crianças e adultos podem ter sintomas gastrointestinais sem ter relação com má absorção intestinal, ou ainda, sem estar relacionado com o intestino como é o caso de enxaqueca crônica, alterações na pele, vermelhidão, dermatite, herpetiforme, psoríase, infertilidade, depressão, ansiedade entre outros.

As pessoas com a doença celíaca assintomática não apresentam sintomas, apesar de desenvolverem lesões no intestino.

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