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Por que homem não chora? Ou por que, se chorar, vira mulherzinha? Esses são alguns dos sinais que estabelecem o conceito de masculinidade tóxica, que nada mais é que características reproduzidas pela sociedade, há décadas, que atribuem ao homem um conjunto de atitudes que, se forem contrariadas, colocam em xeque o sexo masculino.
Conceitos pré-estabelecidos são tóxicos porque reforçam padrões de comportamentos que são prejudiciais tanto para os homens quanto para a quebra de paradigmas da sociedade.
Portanto, ao ser educado desde a infância com definições de mundo em que existem coisas só permitidas ao sexo masculino, o homem passa a vida toda reafirmando essa condição e tratando como inferiores e ridículos aqueles que fogem desses padrões reproduzidos por uma sociedade patriarcal, em que mulheres vestem rosa e homens azul.
Assim, é importante entender que assim como a mulher, o homem não deve estar vinculado a estereótipos que não permitem, por exemplo, que externe sentimentos de alegria ou tristeza através do choro.
A pressão social que esses padrões pré-estabelecidos exercem na masculinidade é tóxica exatamente porque o homem deixa de descobrir quem realmente é e passa a atender as expectativas de comportamentos que, por vezes, não representa quem gostaria de ser e esconde, mesmo que inconscientemente, para cumprir o papel já desenhado.
Masculinidade imposta
A sociedade moderna tem questionado os padrões de comportamentos em muitas frentes. Isso é importante porque as pessoas não devem ser identificadas antes mesmo que realmente se conheçam e, essa descoberta tem aberto caminhos que questionam a atuação coletiva sobre o indivíduo.
Por isso, as expectativas criadas há décadas com relação aos homens não devem mais fazer parte do presente. O homem deve ter liberdade de ser quem é, de fato. Portanto, características como ser forte, determinado, corajoso e valente são encontradas tanto em homens como em mulheres assim como sensibilidade, empatia, cuidado e acolhimento são comportamentos que não tem nada a ver com masculinidade e, sim com identidade.
Preconceitos
Esses estereótipos estão intimamente ligados à sociedade patriarcal e machista em que todos estão inseridos e, para muitos, ainda pode ser algo bastante grave mitos seculares serem colocados por terra.
É um caminho longo a percorrer porque esses padrões estão ativos e, em algumas fases da vida, cuja autoestima pede que o indivíduo seja aceito pelo grupo, ainda sobrevivem. Na adolescência, por exemplo, a vulnerabilidade e o medo da exclusão são latentes e, por isso comportamentos estereotipados podem fazer ainda sentido.
Casos de comportamentos abusivos de homens para com mulheres também são muito frequentes, mas ganham a cada dia mais visibilidade, questionamentos e defesa dos direitos do sexo feminino.
No entanto, as mulheres ainda são as grandes vítimas da masculinidade toxica. Esses homens foram garotos educados para serem secos, violentos, autossuficientes e preconceituosos. Dentro desse perfil, a mulher é vista como um ser suscetível a ter um dono.
Vale ressaltar que não se trata de generalização sobre o comportamento masculino, mas sim evidenciar que a masculinidade existe, o problema é quando ela é toxica seja por força física ou abuso psicológico.
Masculinidade sim
A masculinidade considerada tóxica traz um comportamento recorrente que afeta a percepção dos homens em relação aos outros e também de si mesmos. Exatamente porque as personalidades acabam por ser moldadas e destacam traços brutos e quase insensíveis.
No entanto, a sociedade é dinâmica e opera constantemente mudanças. Elas podem não ocorrer na velocidade que a população precisa, mas tem feito a diferença.
Políticas públicas atentas aos direitos civis, casais que educam os filhos sem reforçar estereótipos vencidos e ultrapassados, professores aptos a tratar de assuntos atuais que mostram novos caminhos sociais, segmentos sociais em busca de ressaltar direitos e pedir mudanças são alguns dos passos que podem ajudar os homens a descobrir que a masculinidade nada tem a ver com força, tem a ver com resgatar a possibilidade de descobrir a melhor versão do sexo masculino.
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