Nutrição Infantil: saiba tudo sobre o assunto

Uma boa alimentação é uma preocupação em todas as fases da vida. Durante a infância não é diferente. A Federação Mundial da Obesidade estima que, na próxima década, o número de crianças entre 5 e 17 anos aumente em cerca de 20%. Isso significa, a longo prazo, um aumento nas chances de existirem mais adultos obesos, hipertensos e diabéticos. A preocupação com a nutrição infantil nunca deve ser vista como uma preocupação exagerada da mãe. A verdade é que a sociedade deve compreender a urgência e importância desse tema.

Para tornar as informações sobre nutrição infantil mais acessíveis, a equipe da Farmácia Rosário elaborou esse guia completo. Aqui você encontrará tudo o que precisa saber sobre nutrição infantil para que você garanta um crescimento mais saudável para os seus filhos.

1- A gestação: onde tudo começa

A nutrição infantil começa na gestação.

Ao contrário do que se pensa, a nutrição infantil não começa no período da amamentação. Estudos indicam que uma alimentação saudável e balanceada de uma gestante contribui na saúde de uma criança. A pobreza em nutrientes da mãe aumenta as chances de o bebê nascer com um peso baixo. Em casos graves, a desnutrição materna pode resultar na má formação do feto: espinha bífida e anencefalia, por exemplo.

A Fundação Fio Cruz indica alimentos indispensáveis para uma boa alimentação gestacional como: vegetais, frutas, carnes (não fritas), fígado, ovos, peixes, leguminosas, cereais, leites e derivados. Além disso, a instituição também aponta a importância de refeições a cada três horas. Porém, o ideal é que cada mulher busque um nutricionista para criar um plano de alimentação adequado para suas necessidades.

2- O aleitamento no primeiro ano

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno durante o primeiro ano de vida.

A nutrição infantil nos primeiros meses de vida é determinante para o desenvolvimento da criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sempre se preocupa em reforçar a importância do aleitamento materno durante o primeiro ano do bebê. O leite materno tem todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento imunológico do recém-nascido.

O Ministério da Saúde do Brasil possui um caderno sobre aleitamento materno. Esse material traz informações extremamente relevantes a respeito dos benefícios da amamentação como nutrição infantil. São eles:

• Evitar mortalidade infantil.
• Evitar diarreia.
• Evitar infecção respiratória.
• Diminuir risco de alergias.
• Diminuir risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes.
• Reduzir chance de obesidade.
• Melhorar nutrição.
• Afetar positivamente a inteligência.
• Desenvolver corretamente a cavidade bucal.
• Proteger a mãe do câncer de mama.
• Promover vínculo afetivo entre mãe e filho.
• Melhorar a qualidade de vida.

Tanto a OMS quanto o Ministério da Saúde brasileiro endossam que a nutrição infantil deverá ser realizada exclusivamente através do aleitamento materno nos primeiros meses. A introdução alimentar de sólidos e demais fluídos estão relacionadas aos seguintes problemas:

• Maior número de episódios de diarreia.
• Maior número de hospitalizações por doença respiratória.
• Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno.
• Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco.

São raros os casos em que o aleitamento materno é restrito. Esse é o caso de mães infectadas pelo HIV, HTLV1 e HTLV2; utilizando medicamentos incompatíveis com a amamentação. Outro cenário é o de bebês portadores de galactosemia, isto é, alergia ao leite. Tais casos devem ser acompanhados por um profissional da área que apontará como seguir com a nutrição.

3- A primeira infância (1-3 anos)

É necessário estar atento à nutrição infantil no período de introdução alimentar.

Apesar de a Organização Mundial da Saúde indicar o aleitamento materno até os dois anos de idade, sabemos que as mães retornam antes aos seus trabalhos. A dupla jornada de trabalho feminina pode limitar a oferta do leite ao bebê. Por conta disso, do primeiro ao terceiro ano, as crianças começam a conhecer novos sabores e texturas através da introdução alimentar, mas sem abandonar a zona de conforto do leite.

Aqui as mamadeiras têm não apenas a missão de continuar com a função nutricional do leite, mas a posição de ingestão e o bico remetem a uma zona de conforto do bebê. Isso acontece porque a sucção do leite também está relacionada ao momento de relaxamento e contato com a mãe.

Criança faz o que criança vê. A educação alimentar está diretamente relacionada com a alimentação de seus pais. Hora da família ficar atenta na alimentação dentro de casa: você consume folhas verdes? Cereais? Na sua mesa, há opção de suco ou o refrigerante já tem seu espaço?

Um consenso entre os especialistas é a oferta dos vegetais como eles são. Conhecer os formatos e as texturas, além do sabor, faz parte do processo de reconhecimento e adesão alimentar das crianças. Papinhas trituradas e sopinhas já são um assunto superado para os nutricionistas e pediatras.

4- O início da suplementação alimentar (3 anos em diante)

A nutrição infantil perfeita pode ser atingida através de uma alimentação saudável em paralelo com suplementação.

A Sociedade de Pediatria de São Paulo reporta que as crianças representam um grupo de grande vulnerabilidade para deficiências de macro e micronutrientes. É preciso estar atento se as proteínas, vitaminas, aminoácidos e minerais são suficientes para desenvolvimento do seu pequeno ou se há a necessidade de introduzir o suplemento.

A dieta comum de uma família brasileira, por exemplo, apresenta pouco ômega 3. Essa substância é muito importante, pois um de seus componentes, o DHA, é um dos principais componentes do cérebro. A deficiência de ômega 3 pode afetar a aprendizagem, alfabetização e a atenção.

A vitamina C é responsável pelo sistema imunológico e pode evitar gripes e resfriados. A vitamina D, por sua vez, é essencial para o desenvolvimento ósseo. Ao escolher uma forma de suplementação alimentar, é possível fornecer uma ajuda para equilibrar a nutrição infantil. Dessa forma, cuidar de cada detalhe do crescimento de nossas crianças.

Confira as dicas da especialista convidada:

 

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